Por fora, não havia indícios. Afinal, para se fazer ao local, era preciso cumprir com duas regras: a primeira, não estacionar uma viatura nas proximidades e, a segunda, entrar no interior do estabelecimento às 21 horas, só para sair por volta das 04 da manhã. Era assim, que, há cerca de um ano, funcionava uma discoteca clandestina, algures na baixa da cidade de Maputo.
Com música alta, venda de bebidas alcoólicas e também desenfreado consumo de cigarros, o estabelecimento concentrava jovens da faixa etária entre os 19 e 30 anos de idade que, aos fins-de-semana, preferiam passar a noite fora de casa, ignorando todas as medidas instituídas para evitar a propagação do Coronavírus, tais como o recolher obrigatório e evitar aglomerados.
“É minha primeira vez neste local. Nunca tinha vindo”, afirmou ao “O País” uma jovem, que lançou culpa ao estabelecimento: “eles é que abrem”.
“Estou aqui para o aniversário da minha prima. Eu só queria cantar parabéns para ela”, disse outra jovem, ocultando o rosto com as suas mãos.
Para além de ser frequentado por cidadãos nacionais, “O País” apurou que o estabelecimento era também preferido por estrangeiros. Aliás, diante dos agentes da polícia destacados no local, vários jovens se expressavam em língua inglesa, exibindo documentos de identificação estrangeiros.
Com miscelânea de luzes no palco principal, uma central de som, cozinha e bar, o compartimento no qual funcionava clandestinamente a discoteca é caracterizado por diversas entradas, caves e locais escuros, onde mesmo sem luzes, vários jovens se sentavam e viviam as “excentricidades” nocturnas.
A Inspecção Nacional de Actividades Económicas (INAE) suspeita que o local era também espaço para consumo de estupefacientes, pois, muitos dos flagrados, “apresentavam-se visivelmente alterados”, afirmou Ângela Uamusse, inspectora da INAE.
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