A violência contra mulher e rapariga é um dos “crimes mais graves”, porém menos denunciado. Segundo uma pesquisa da Universidade Eduardo Mondlane e a ONU Mulheres, o fenómeno é considerado normal em muitas famílias e os que o promovem “nunca se assumem culpados”.
O estudo abrangeu 1.750 mulheres e raparigas com idade mínima de 15 anos, nas províncias de Gaza, Sofala e Nampula.
De acordo com o relatório do inquérito, 45.5% das mulheres revelaram ter sofrido violência física, psicológica, económica e sexual. Outras 55.5% afirmam nunca terem sido submetidas a qualquer tipo de violência.
Sofala regista maiores taxas de violência contra mulheres e raparigas. Gaza e Nampula estão em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
As vítimas revelaram o drama, relatando episódios em que foram esbofeteadas ou atiradas com algum objecto, o que resultou em hematomas, ferimentos ligeiros ou graves, entorses, queimaduras ou aborto.
Como possíveis razões do problema, o estudo refere que as mulheres violentadas enfrentam um “conjunto de complexidades sociais e culturais. Os mecanismos legais são tão complexos e morosos”, o que faz com que as vítimas se sintam “intimidadas e incapazes de pedir ajuda de modo a exercerem os seus direitos à vida e à integridade física”.
Ainda que entendam que a violência contra si constitui um “crime sério e perigoso”, há desconhecimento da lei e de outros mecanismos a que possam recorrer para se protegerem, de acordo com a pesquisa levada a cabo pela Universidade Eduardo Mondlane e a ONU Mulheres.
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