O piloto moçambicano, Paulo Oliveira, participa, de 18 a 21 de Março corrente, no campeonato mundial de todo o terreno na Jordânia. Esta é a primeira participação de um piloto moçambicano nesta competição.

Depois da sua primeira participação no Rally Dakar, ano passado, Paulo Oliveira experimenta outras pistas, desta vez, na Baja da Jordânia, naquela que será a primeira participação de Moçambique no campeonato do mundo de todo terreno.

Uma satisfação para Paulo Oliveira que já traçou o seu objectivo para esta competição, até porque “é a primeira vez que levamos a nossa bandeira, com um piloto moçambicano a chegar a uma corrida destas, do campeonato do mundo, e a nossa ambição, humildemente, é terminar”, porque “terminar é uma grande vitória”, tendo em conta que “no panorama mundial do ‘Dakar’ não são todos os pilotos que conseguem terminar e nem são todos os países que tem participantes a iniciarem a terminarem”, disse Paulo Oliveira.

O campeonato do mundo da Baja da Jordânia é qualificativo a outras provas internacionais, com destaque para o Rally Dakar e o piloto moçambicano quer aproveitar para somar pontos que o qualifiquem a essas provas.

“Não basta dizer que queremos ir ao ‘Dakar’, temos é que nos qualificar”. E com duas frentes de qualificação, Paulo Oliveira explica porque razão escolheu o Médio Oriente para tentar a sua qualificação. “Vamos fazer as nossas corridas na Jordânia e logo a seguir vamos estar no Qatar e depois disputar a final na Baja de Porto Alegre. É um caminho e achamos que é um bom caminho porque vamos correr com os melhores pilotos do mundo e isso vai nos dar outro ritmo”, explicou.

Mas a participação pode não ser no nível que Oliveira deseja, até porque a preparação foi bastante limitada. “Com ginásios fechados temos que ser criativos. Eu treino na rua, faço muito cárdeo com corrida e bicicleta e isso tem me ajudado”, contou Oliveira que acrescenta que o facto de não se ter suspenso modalidades de motociclismo devida a pandemia também ajudou, tendo em conta que “tenho feito treinos aos sábado e aos domingos nas pistas e onde costumamos treinar, tanto em Maputo, Bilene, Ponta D’Ouro e outros locais”.

E veio a lamentação: “mais uma vez vamos sair de uma situação de treinos sem competitividade e logo para um campeonato do mundo”.
De dificuldades em dificuldades, Paulo Oliveira não vai utilizar a sua motorizada habitual, mas promete se familiarizar com a nova companheira, na busca de resultados satisfatórios.

“Corria em 350 e passei para 450 CC, mas em termos de motor é muito parecido com aquilo que vamos encontrar na moto da equipa que vamos integrar. Ou seja, a nossa moto de treinos, em termos de porte, de potência e de velocidade é parecida com a moto que vamos encontrar”, disse, tendo realçado que “temos aproveitado para chegar dois dias ou três dias antes para fazermos todos os ajustamentos e as afinações necessárias, quer em termos de suspensão, quer em termos de sistema de travagem para conseguirmos ajustar a moto que vamos usar para a corrida”.

A participação do piloto moçambicano na prova da Jordânia conta com apoio da Secretaria de Estado do Desporto, do ATCM e da Federação Moçambicana de Automobilismo e Motociclismo.